Num dos episódios da série “The Big Bang Theory”, que retrata de forma bem humorada o mundo dos nerds, Leonard (Johnny Galecki) pergunta para Sheldon (Jim Parsons) se ele já conversou sobre os seus sentimentos com sua eterna candidata a namorada, Amy (Mayim Bialik). “Leonard, eu sou um físico, não um hippie”, responde Sheldon sem pestanejar, explicando, de forma indireta, suas dificuldades de relacionamento.
Agora, uma pesquisa britânica veio confirmar o que parecer ser um lugar-comum: os nerds fazem menos sexo. Segundo um ranking feito entre faculdades britânicas, quem cursa Filosofia, História ou Artes Cênicas arranja mais parceiros sexuais durante sua graduação do que os alunos de Engenharia, Matemática e Computação. A explicação para isso seria justamente o fato de os estudantes de humanas terem uma visão do mundo com menos pudores, um papo mais fluído e a facilidade maior de se relacionar.
A pesquisa foi feita pelo Student Beans, site popular entre os estudantes britânicos que, anualmente, promove uma série de entrevistas para identificar o perfil sexual dos alunos no país. Especialistas creem que o comportamento não é tão diferente no Brasil mas ressaltam: é preciso cautela para não estereotipar as pessoas.
— Quem é da área de humanas, aqui no Brasil ou no Reino Unido, geralmente tem menos pudores, menos preconceitos e um olhar mais atento ao outro, e isso traz um relaxamento e uma harmonia na vida sexual — afirma a sexóloga Márcia Aragão, que acredita que essas características não são exclusivas das humanas. — É evidente que você pode ver esses mesmos atributos em um estudante de exatas. É o comportamento que vai definir sua percepção sobre o sexo, e não a faculdade que cursa. Porém, a maneira de ver o mundo, muitas vezes, reflete-se na escolha do curso.
No Reino Unido, a faculdade que ficou em primeiro lugar no ranking da pegação foi a Universidade de Brighton, com cursos de Filosofia e Hotelaria e uma média de 10,59 parceiros sexuais por aluno durante a graduação. Já os estudantes de exatas não podem comemorar tanto. Os alunos de Engenharia, Química, Computação e Matemática da Universidade de Sussex tiveram, por exemplo, uma média de 4,48. Com o índice ainda pior, e em penúltimo lugar, a Universidade do Oeste da Escócia amargou a média de 2,62 ficadas por aluno ao longo dos quatro anos. Em último lugar, curiosamente, a Universidade Bath Spa, considerada uma das dez mais criativas do Reino Unido, ficou com 2,57 de índice.
— Quando pensamos em pessoas que escolhem o curso de humanas, podemos notar que essas escolhas priorizam trabalhar com aspectos corporais e que incentivam a capacidade de lidar com o corpo e os sentimentos. Em contrapartida, temos os cursos de exatas, que, de certa forma, exigem mais no âmbito acadêmico e têm pouco foco no humano e em suas relações — afirma o psicólogo e professor do Instituto Paulista de Sexualidade Diego Henrique Viviani, que destaca o alto número de homens em cursos de exatas: — Uma característica que também pode influenciar nesse resultado é a superioridade numérica masculina em cursos de exatas.
O levantamento se deu com 6.129 estudantes britânicos.