Teoria 1:
Quem acha que foi devido a um tiro de canhão de
Napoleão Bonaparte está completamente enganado. Pois é, esta história famosa só surgiu por conta da fama de maluco que o general francês já tinha. Segundo ela, Napoleão teria atirado contra o rosto da estátua em 1798, quando invadiu o Egito. Porém, há duas coisas que contradizem essa história e apontam para a real causa.
Uma delas é uma ilustração datada de 1755, quase 50 anos antes da invasão francesa. Nela, o artista Frederick Lewis Norden retrata a Esfinge já sem o nariz.
O segundo indício são os vestígios no que sobrou do nariz: marcas de ferramentas.
Antigamente, no Egito, a remoção do nariz era uma punição a criminosos. Assim sendo, a maioria dos que os historiadores acredita que, por volta do séc XIV, algum grupo removeu o nariz da Esfinge como forma de protesto ou vandalismo mesmo. Lembrando: a Esfinge de Gizé foi construída 3 mil anos antes de Cristo (alguns defendem que é ainda mais antiga, cerca de 10 mil anos antes de Cristo) e, após o abandono, ficou soterrada até 1817.
As complicações sociais egípcias são mais antigas do que imaginamos.------------------------------------------------------------- Teoria 2:
Não há certeza a respeito. Durante muito tempo, o estrago foi creditado às tropas de Napoleão, que invadiram o Egito em 1798. Depois, surgiu a versão de que, pouco antes dessa indesejável chegada dos franceses, os mamelucos - milícia turco-egípcia que comandava o país - teriam usado o colosso como alvo enquanto calibravam seus canhões. Tudo isso é lenda. Um desenho do artista e arquiteto naval Frederick Lewis Norden, que visitou o Egito em 1755 - mais de quatro décadas antes da chegada de Napoleão, portanto -, mostra a Esfinge de Gizé já sem o nariz. "Essas lendas se consolidaram muito por conta da fama de louco de Napoleão", afirma o egiptólogo Antônio Brancaglion, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP.
Segundo ele, a hipótese mais provável é a de que, em algum momento entre os séculos XVI e XVII, cristãos coptas (da mesma etnia dos antigos egípcios) ou otomanos tenham feito a "cirurgia" utilizando barras de metal e cinzéis, já que as marcas que se podem observar na magnífica escultura indicam uma intervenção desse tipo. "No Egito antigo, os ladrões tinham o nariz extirpado como forma de punição e fácil reconhecimento. Mais tarde, os egípcios e também alguns povos invasores passaram a mutilar estátuas assim como forma de, simbolicamente, tirar a honra de uma pessoa", diz Antônio.